Pavilhão João Rocha
 

A construção do pavilhão do Sporting não depende do desfecho do processo movido pelo fundo Doyen Sports contra o clube e vai ser construído no âmbito do clube e não da SAD, revelou hoje fonte da Direção ‘leonina’.


“Se perdermos o processo com a Doyen teremos de o resolver em sede da SAD. O pavilhão será feito pelo clube”

Disse a mesma fonte durante um encontro com os jornalistas, no qual rebateu a tese dos que defendem a continuidade dos fundos de jogadores com o argumento de que permite aos clubes pequenos e médios reduzirem o ‘fosso’ para os grandes.

De acordo com esta fonte, os grandes clubes “também podem recorrer” aos ditos fundos e, desse modo, “cavarem o ‘fosso’ que os separa dos outros”, fundos esses que “mandam, decidem, cobram rendas e intrometem-se” na gestão do futebol das SAD’s ou dos clubes e criam “uma relação de dependência”.

Chega mesmo a considerar os fundos como “uma droga” para os clubes, os quais, podendo contratar um jogador por um milhão, acabam por fazê-lo por cinco milhões, o que implica aquele “ficar apenas com 20 por cento do passe, inflacionar os salários do jogador a contratar e pagar comissões a vários intermediários”.


“O futebol é um negócio que gera muito dinheiro, por isso os fundos tinham, mais tarde ou mais cedo, de entrar nele”, referiu a mesma fonte da direção ‘leonina’, para quem esta forma de financiamento “constitui um balão de oxigénio para aguentar uma época, mas cria dependência financeira e ‘rebenta’ com um clube, porque faz disparar os salários e os valores das transações”

Reconhecendo a necessidade dos clubes encontrarem fontes de financiamento, a mesma fonte considera, porém, que os fundos “não são solução nem o ‘El Dorado’ na gestão”, defendendo que os bancos e outras instituições financeiras “só não investem no futebol quando não acreditam no projeto que lhes apresentam”.

Confrontado com o facto de o Benfica e o FC Porto não se queixarem das interferências dos fundos e até acharem que estes são uma boa solução de financiamento, a fonte em causa defendeu que, à semelhança do que é exigido aos árbitros, também os dirigentes “deviam ser obrigados a apresentar a sua declaração de rendimentos”.

Se a apresentassem, e bem preenchida, talvez mudassem rapidamente de posição em relação aos fundos”, explicou a mesma fonte da Direção ´leonina’, que não entende por que é que a exigência da declaração só se restringe aos árbitros.

Em relação ao processo movido pela Doyen Sports, que recorreu ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) e reclama o pagamento de 15 milhões de euros ao Sporting pelos 75 por cento do passe que detinha do futebolista argentino Marcos Rojo, na sequência da transferência para o Manchester United, a fonte da direção ‘leonina’ negou que tenha feito alguma provisão para salvaguardar uma eventual decisão judiciário desfavorável ao clube.