Este Sporting está impróprio para cardíacos. Ora se vê logo em situação de dupla desvantagem para recuperar em pressão épica, ora desbarata a tranquilidade de dois golos marcados cedo. Em comum nos últimos jogos para o campeonato, o resultado de 3-2, os erros de Rui Patrício, e as estonteantes oscilações onde a equipa passa de mandona a mandada sem causa aparente.
Domingos tem toda a razão quando atenua a pressão da luta pelo título ao apontar uma equipa “para amanhã”. Porém, o técnico bem sabe que, antes de jovens jogadores holandeses ou argentinos, foi o presidente do clube quem assumiu o discurso de combate pelo primeiro lugar. Por mais que Domingos peça calma aos adeptos e dirigentes, este Sporting está condenado a lutar pelo título ou a dececionar. O doloroso investimento justifica a exigência. O ponto de onde partiu não permite maiores voos.
A nova equipa titular do Sporting conta dois jogadores que transitam da época passada e recebe jogadores das mais diversas latitudes. Felizmente para Domingos o último e mais caro reforço é um extraordinário tradutor. Elias é um descomplicador que, junto com Rinaudo, pode operar o prodígio de transformar o caos em cosmos. Mas as fraquezas deste Sporting são ainda muito evidentes. A começar por uma defesa que cede sob pressão, onde Onyewu até pode marcar alguns golos em bolas paradas mas dificilmente passará o teste dos grandes palcos.
Sim, este Sporting talvez possa disputar o título, mas só por milagre lá chegará.