É cada vez menos uma pontualidade: este Sporting está mesmo aí para as curvas. Leonardo Jardim previa uma Académica mais difícil do que o Arouca, mas esqueceu-se de avisar que os leões estão com uma corda grossa e consistente, puxada por uma avalanche de entusiasmo que pinta de verde os estádios há muito arredada das bancadas em Portugal. Tudo isto em vésperas do dérbi dos dérbies. Vitória categórica diante de uma Académica que assusta da forma como (não) defende. Muito trabalho para Sérgio Conceição.

A Académica, que muito rematou no encontro em Barcelos (24 vezes), mas que acabou derrotada por 2×0, surpreendeu ao apresentar um 4x4x2, com Ivanildo ao lado de Manoel e com Buval numa ala. Bruno China e Marcos Paulo surgiram como muralha que amortecia o meio-campo do leão.

Já Leonardo Jardim escolheu um onze onde a novidade era André Martins em relação ao último encontro, apesar de ser uma alteração mais do que prevista e que demonstra que Leonardo Jardim acredita na compatibilidade de Adrien Silva com o compatriota, tantas vezes alternados noutras ocasiões.

Táticas à parte, a disposição e abordagem ao jogo de ambas as equipas foi positiva, no sentido intencional de atingir a baliza contrária. E foram os estudantes os primeiros a avisar, com Buval a desviar de cabeça e a dar a sensação de golo em algumas zonas do estádio.

10 minutos para enganar a cábula do estudante

A Académica entrava melhor, mas, aos poucos, o Sporting ia assentando e crescendo no centro do terreno, onde as «carraças» Martins e Adrien e o pêndulo William Carvalho dificilmente não ganhavam uma segunda bola.

Depois, havia um trio ofensivo que começava a aparecer e que deixava a nú todas as fragilidades da equipa academista na descompensada defesa. Mesmo com Montero perdulário (19′), Carrillo a tentar a trivela (14′) e Adrien Silva a apostar no canto direto (17′), o Sporting haveria de chegar ao golo com relativa facilidade.

E aconteceu a meio do primeiro tempo, logo após a Académica ser forçada a substituir o central Halliche por Anibal Capela. O tento foi apontado por André Carrillo, após inacreditável falha de Reiner Ferreira, com o esférico a passear a área e a chegar ao pé do peruano que abriu o placar.

Académica em baixo, Sporting em cima e mais oportunidades, por Wilson Eduardo (32′) num belo pontapé e por Montero, que se revelou menos acertivo desta vez. Tudo isto numa primeira parte de muito Sporting, que ainda teve tempo para dilatar a vantagem por Marcos Rojo numa rotação interessante do argentino, após fora-de-jogo de Montero.

Do outro lado continuava uma Académica perdida em individualidades sem nexo. Marinho era o mais inconformado, o que não significava, de todo, qualidade no jogo do campeão, teimoso em tentar correr contra o mundo. Sérgio Conceição tinha muito trabalho no recolher aos balneários.

Castigos de morte no segundo tempo

Para a segunda parte, mais do mesmo: desnorte academista e eficácia sportinguista.

Marcelo Goiano ainda não tinha encontrado o ritmo de jogo quando viu Jefferson fugir nas costas. Falta, penálti, segundo amarelo e expulsão. Adrien Silva enganou Ricardo e acabou com o jogo aos 54′.

Ainda não tinha acabado o «castigo» e, quatro minutos volvidos, nova grande penalidade a castigar mão de um defensor dos homens de negro. Fredy Montero foi o senhor que se seguiu na lista de marcadores, ele que fez o seu quarto golo em dois jogos. À atenção do compatriota Jackson

Jogo mais do que resolvido para o leão, que foi gerindo o encontro como bem lhe convinha. Do outro lado, a Académica, com dez elementos, reajustou a defesa com a entrada de João Dias e tentou dar mais clarividência ofensiva com Diogo Valente (porque não é titular?).

oi precisamente do pé esquerdo do número 23 que saíram os lances mais perigosos dos estudantes no segundo tempo. Primeiro a atirar por cima quando a baliza estava bem enquadrada (60′), depois sacando o cruzamento para a cabeçada de Bruno China ao vértice do ferro de Rui Patrício (76′)

Grande vitória do leão, justíssima e com números que espelham o domínio sportinguista e as debilidades conimbricenses. Pode ter ficado a mágoa de não ter sido marcado o golo de honra, mas há muito a melhorar na equipa, pois atitude é bom e recomenda-se, só que não chega.

Uma última nota para uma tarja levantada nos últimos minutos e que titulava «Todos ao Derby». Vem aí uma semana quentinha

Arbitragem de Artur Soares Dias em bom plano, num jogo de apoio constante dos 14194 espectadores que presenciaram a partida.

Golos

Carrillo, 22m, 0-1

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Marcos Rojo, 42m, 0-2

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Adrien Silva, 54m, 0-3

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F. Montero, 56m, 0-4

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