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Que alma. Que raça. Que personalidade. Que atitude. O Sporting teve de lidar com várias contrariedades em casa do Schalke, esta terça-feira, e acabou por perder (4×3) mas o que se viu em campo foi, sobretudo, uma equipa a lutar muito e a dignificar a bandeira de Portugal em terras da Alemanha.

Atitude forte do leão traída pela expulsão de Maurício

Mais do que a primeira vitória nesta edição da Liga dos Campeões, e no primeiro duelo da história oficial frente ao Schalke, Marco Silva tentava aferir as potencialidades do seu Sporting na Europa, depois do triunfo com o FC Porto, no Dragão, para a Taça de Portugal.

O técnico verde e branco tinha prometido uma equipa a jogar com intensidade e cumpriu.

Com Slimani e André Carrillo no onze titular a render Fredy Montero e Diego Capel, que jogaram de início no Dragão, em Gelsenkirchen viu-se um Sporting a tentar pressionar alto e impor o seu jogo.

Do outro lado, o Schalke mostrava em campo algum receio com as zonas exteriores leoninas e fechava muito a defender, num claro 4x4x2 com a linha média a (tentar) fechar as investidas de Nani e Carrillo, sobretudo.

Quando tinha bola, o Sporting instalava-se no meio-campo adversário, ganhava superioridade em campo e ia controlando. Circulava o seu jogo, transpirava confiança e foi com naturalidade que chegou à vantagem, aos 16 minutos, na sequência de uma bola parada. Canto batido para a área e ninguém marcou Nani, na zona da grande penalidade, que bateu Ralf Fährmann. A bola ainda bateu num adversário antes de chegar ao fundo das redes alemãs.

Tudo corria bem ao Sporting mas os germânicos cresceram na partida com o golo sofrido. Mesmo assim, via-se um leão sereno em campo. No entanto, o futebol é momento e acontecimento e um conjunto de situações fizeram alterar o curso que o jogo levava.

Ainda antes da meia hora, Marco Silva trocou Slimani (com queixas físicas) por Montero. Com um avançado mais móvel, a verdade é que os leões perderam presença física na frente mas podiam ter ganho uma maior mobilidade. Sim, podiam. Não ganharam pois, três minutos depois, Maurício (quando já tinha um amarelo) – com uma entrada imprudente às costas do adversário em zona descaída do meio-campo – viu a segunda cartolina e o respetivo vermelho.

Costumam dizer as pessoas que não há uma sem duas, nem duas sem três. Tal e qual.

Na cobrança do livre, Chinedu Obasi desviou de cabeça entre a defensiva leonina, Rui Patrício (que foi mal batido) tentou segurar a bola junto ao solo, mas esta escorregou-lhe das mãos e entrou lentamente na baliza. 1×1 no marcador e o Sporting com a missão dificultada pois jogava com 10.

Era obrigatório, desde logo, Marco Silva readaptar a equipa; e foi isso que o técnico fez com a entrada de Naby Sarr para o lugar de João Mário. Depois, até ao intervalo, era fundamental segurar a igualdade; e tal foi conseguido.

Os sportinguistas esperavam que a cartilha usada na reta final da primeira parte se mativesse no segundo tempo. Mas não foi isso que aconteceu.

O relógio marcava 51 minutos quando Klaas-Jan Huntelaar fez o 2×1. Contra-ataque pela esquerda, bola metida em Obasi ao meio que meteu para o holandês que, na cara de Rui Patrício, rematou cruzado.

Mas tudo podia acontecer. O Sporting tanto podia ter uma noite histórica pela positiva ou pela negativa. Isto é, ou o esforço podia resultar num empate (com sabor a vitória), ou podia ser uma derrota por números gordos.

Quando, aos 60 minutos, Benedikt Höwedes ganhou nas alturas a Sarr e marcou o 3×1, os adeptos leoninos pensaram que iam ter uma noite de pesadelo. Mas, pouco depois, Carrillo foi travado na área do Schalke e o árbitro assinalou grande penalidade. Chamado a bater, Adrien Silva não falhou e fez o 3×2. E pouco depois fez o empate a três. Cédric cruzou pra o segundo poste, onde apareceu o médio livre de marcação para cabecear.

O Sporting, com muita personalidade e alma, estava reduzido a 10 jogadores mas empatava em casa do Schalke. Os adeptos leoninos, nas bancadas, cantavam pela sua equipa mas nos descontos sofreram o quarto golo de grande penalidade. Maxim Choupo-Moting marcou o golo da vitória dos germânicos numa grande penalidade que deixou dúvidas. O árbitro marcou mão de Jonathan, mas a bola foi à cara do defesa do Sporting.

O apito final chegou logo depois.

Altos do Jogo