O “apagão” de Nani num dos jogos mais importantes da temporada para o Sporting, em Alvalade, frente ao Benfica, apenas veio confirmar aquilo que as últimas semanas vinham mostrando: uma clara perda de influência do mais sonante reforço de 2014/15, isto quando devia estar a relançar a carreira. Tudo desde que, a 5 de dezembro, saiu agarrado à coxa direita ao minuto 31 do jogo entre leões e Boavista, no Bessa.

Perdeu os cinco encontros seguintes e viria a reaparecer apenas no dia 3 de janeiro, no triunfo caseiro dos verdes e brancos sobre o Estoril, por 3-0. Mesmo depois de os responsáveis do futebol terem atrasado o regresso do internacional português, como garantia de que os seus índices físicos e exibicionais não iriam sair afetados, a verdade é que desde o início do ano não se tem visto o Nani que chegou aos de Alvalade com pompa e circunstância, que pegou na batuta e se assumiu como o maestro de uma equipa a precisar de experiência num ano onde as ambições subiram de patamar; desde o regresso, Nani fez apenas um golo nos sete duelos que realizou, golo esse apontado de grande penalidade na vitória caseira diante do Rio Ave.

Números não enganam

Mostramos, agora, como os números são elucidativos da quebra física de Nani, associando nesta perspetivas as lesões que o têm atormentado nas últimas temporadas. Vamos, então, às contas: em 2014/15, o camisola 77 soma 23 jogos oficiais (22 pelo Sporting e um ainda pelo Man. United). Em 2012/13, chega a fevereiro com 15 jogos nas pernas e na época seguinte com 10. No total dessas duas temporadas, soma apenas mais 11 jogos do que no presente ano.

Muito se falou, aquando do regresso a Alvalade, de que Nani teve consciência da necessidade de um desafio como o que agora enfrenta para poder relançar a carreira em Old Trafford: Alex Ferguson, hoje no conselho de administração dos red devils, elogiou a escolha do jogador que levou para Inglaterra em 2007, esperando que este utilizasse tal opção para voltar em força a Inglaterra, continuando a justificar os 25,5 milhões de euros pagos pelo Man. United pelos serviços do jogador.

Moyes apontou debilidades

A 4 de janeiro de 2014, em conferência de imprensa, David Moyes, então treinador do Manchester United, falava de uma “lesão grave” de Nani que o obrigaria a parar “por um longo período de tempo”. A lesão, na coxa direita, viria a atormentá-lo novamente no Sporting, mas relembramos neste sentido que na última temporada já existiam notícias sobre as debilidades físicas do extremo. Também Alex Ferguson, em 2012, falou sobre “um problema muscular” do atleta.

Desejo do golo ficou pelo caminho

Na antevisão do dérbi do passado domingo, Record deu conta do desejo de Nani em liderar o Sporting rumo à vitória diante do Benfica, assim como da sua ambição em fazer um golo aos encarnados, algo que nunca aconteceu na sua carreira, apesar dos agora já sete jogos disputados frente às águias. Não conseguiu chegar ao objetivo e acabou por passar ao lado das principais incidências da partida. Marco Silva apenas viria a substituí-lo no segundo minuto de compensação, entrando para o seu lugar Diego Capel, o suplente mais utilizado deste plantel.

NÚMEROS

23 – O número de jogos oficiais que Nani já fez em 2014/15. Em 2012/13, chegou a fevereiro com 15 jogos nas pernas. Em 2013/14, com 10

1 – Desde que regressou de lesão, a 3 de janeiro, no jogo com o Estoril, o extremo portuguêsrealizou cinco jogos nos quais fez apenas um golo, com o Rio Ave, de penálti

8 – Ainda assim, o internacional português consta como o terceiro melhor marcador do Sporting na presente temporada, com oito golos. Está atrás de Islam Slimani, com nove, e de Fredy Montero, com 10