
Na maioria dos casos, a figura do árbitro adicional destaca-se por omissão. Tem sido quase sempre assim. Não veem nada e nada querem ver. Perante lances mais “apertados”, ficam sossegados, em silêncio, impávidos e serenos. Para azar do Sporting, no entanto, um russo chamado Vitali Meshkov, de 31 anos, decidiu fazer tudo ao contrário.
Não viu nada, mas quis ver tudo. A poucos segundos do final, com o resultado em 3-3, Meshkov deu indicação para que fosse assinalado um penálti inacreditável que deveria fazer corar de vergonha os altos comandos da UEFA. E assim se anulou a notável recuperação da equipa de Marco Silva – que jogava com 10 desde o minuto 33 e que tinha conseguido recuperar de uma desvantagem de dois golos. Pobre destino que lhe tinham reservado.
Vitali Meshkov estava em boa posição para avaliar aquele lance, a 4 ou 5 metros e com campo de visão aberto. Não pode sequer alegar que foi iludido pelo abrir de braços de Jonathan. O embate da bola na cara do argentino é bem visível a partir de qualquer ângulo – estivesse o juiz de lado, de trás ou de frente para o lateral do Sporting. É difícil, pois, aceitar a decisão como um erro. No momento em que era contestado por treinador e jogadores leoninos, em pleno relvado, no final do jogo, o olhar vago e perdido de Meshkov dizia quase tudo. Ele sabia bem o que tinha acabado de acontecer. Como também sabia Di Matteo, treinador do Schalke 04, que festejou com euforia os três primeiros golos da sua equipa para se conter, mais tarde, após a marcação daquela grande penalidade que decidiu tudo.
Quando o nome do patrocinador da Champions – Gazprom, a petrolífera russa – está estampado nas camisolas do Schalke 04 e quando há um árbitro russo a fazer um disparate destes dá que pensar.
Não vejo estas personagens a escrever estas coisas quando é o Duarte Gomes. Ai já são contingências do futebol.