
FÉRIAS. Momento de pausa num quotidiano que nos obriga a estar atentos a uma realidade em constante mudança que não pára de nos surpreender. Altura também de saudosas lembranças de outros verões em que as façanhas de um Merckx, Ocana, Agostiho, Zoetmelk, Van Impe e outros, mereciam os inesquecíveis frescos de Carlos Miranda que não prescindia de nos transportar aos altos cumes do Alpe ‘Huez ou do Tourmalet, onde os atletas recusavam a pretensão de serem super-homens.
Tempo igualmente para preparar novas épocas (desportivas ou não) plenas de esperanças que tardam em chegar mas das quais nunca poderemos desistir. Porém, há que ter pés bem assentes na terra e não persistir nos mesmos erros que carregaram os céus das nuvens ameaçadoras que começam a dissipar-se. Importa fazer compreender que, na maioria das situações, os principais obstáculos encontram-se dentro da nossa própria casa e que a perseverança é um atributo de que não prescindiremos.
A recente vitória na Taça de Honra dos meninos do Sporting constitui um exemplo do caminho a seguir no futuro, não tanto pela vitória em si, mas sobretudo pela magnifica demonstração do que representa um trabalho bem organizado. Não compreendo, pois, quem, por um lado, defende a aposta na formação para, quase de imediato, atestara menoridade dos clubes participantes que se fizeram representar pelos mais novos.
Portugal tem matéria-prima em quantidade para, em condições normais, poder prescindir de importações de qualidade mais do que duvidosa. Na maior parte dos casos, o problema centra-se, não tanto nos activos mas, essencialmente, a quem cometida tarefa de assegurara respectiva gestão, assistindo-se, em muitas circunstâncias, a uma evidente preterição do interesse colectivo. A aposta na juventude e fundamental para o futuro de qualquer país. Com rigor, exigência, método e organização.
Parafraseando Prof. Lobo Antunes: «Escola difícil, vida fácil»