Os sportinguistas estão muito apreensivos com este arranque de época.
Sem negar alguns sinais preocupantes – já lá iremos –, proponho um exercício de otimismo. Vamos lá olhar para o copo meio cheio: a equipa está muito mais segura a defender do que alguma vez se apresentou na última época. Os médios têm movimentos solidários na proteção da baliza e os balanços dos laterais estão já afinados.
Falta João Pereira fazer jus à braçadeira que enverga e assim deixar de tentar arrancar faltas inexistentes. Deixar de pressionar constantemente o árbitro – se alguma vez tiver carradas de razão, ninguém vai notar. Conclusão global, os movimentos defensivos estão afinados. Falta apenas mais um toque de maturidade aplicado a João Pereira.
Mas uma equipa para empolgar terá de conseguir concretizar em golo algumas das suas boas jogadas. Para tal o Sporting ainda não tem resposta.
Quando, em Aveiro, pela meia hora, Domingos faz estalar o chicote das substituições, o sinal do técnico é de inconformismo. Mas também gera nos atletas em campo uma forte tremedeira. O nulo final mostra que prevaleceu o efeito nefasto do medo sobre o que de positivo poderia trazer a dupla mudança. E Domingos sabe que nenhum técnico se pode dar ao luxo de perder a confiança do coletivo que dirige. Cuidado.
Talvez fosse interessante fazer um exercício com Postiga. Este excelente atleta e ótimo futebolista tem falta de frieza para primeira opção na responsabilidade de marcar.
Se Postiga calmamente analisasse em vídeo os seus movimentos de área, talvez pudesse mudar alguma coisa. A começar pela forma como se esconde entre os defesas quando os seus colegas ganham a linha de fundo.
Caro Postiga, que tal travar dois metros antes da linha da bola, onde as defesas sempre se perfilam, para assim ser uma alternativa clara de passe?
Trata-se de uma boa sugestão, mas, na minha opinião, o problema do Postiga é, sobretudo, de pontaria. É, aliás, por isso que, mesmo sendo perdulário, continua a ser muito querido pela massa associativa do Sporting, que reconhece neste jogador uma entrega e vontade de vencer que nem sempre encontra eco na restante equipa.