
O Sporting tornou-se uma equipa repetitiva: habituou-se a ganhar, repetindo a vitória pela terceira vez seguida (um feito esta época não conhecido) e habituou-se a ganhar no último minuto dos descontos. Tal como fez em Braga, a formação leonina venceu por 3-2 mesmo sobre a meta.
As semelhanças entre esta vitória e a de há uma semana obrigam aliás a crónica a começar por aí, mas há muito mais para contar. Interessa por exemplo sublinhar que este Sporting é uma equipa diferente, que não se abate perante contrariedades e joga com um critério até aqui nunca visto.
Esta noite, de resto, dominou desde o primeiro minuto, perante um Moreirense muito fechado na retaguarda, teve posse de bola e teve princípios bem definidos. Faltou-lhe talvez mais jogo pelas alas na primeira parte, mas esse foi um erro corrigido numa segunda parte cheia como um ovo.
A colocação de André Martins no meio campo ofensivo, numa repetição do que tinha acontecido em Braga, manteve a equipa com boa capacidade de ter futebol entre linhas e com isso ganhar alguma profundidade. Um cabeceamento de Dier e um remate de Capel eram por isso avisos pertinentes.
O golo surgiu pouco depois, num penalty convertido por Capel. Ao intervalo, portanto, tudo certo. A segunda parte arrancou com o golo de Ghilas, ele que foi um problema sério para a defesa leonina, e obrigou o Sporting a voltar à casa de partida. Habituado as estes revés, a equipa voltou ao mesmo.
Voltou a ter bola, a assumir o ataque com critério e a criar situações de remate: numa delas, Van Wolfswinkel marcou mesmo. O golo parecia ser uma garantia segura, mas não contava com nova falha na defesa: Capela ganhou nas alturas e voltou a empatar o jogo. Outra vez contra a corrente.
Tudo o que Moreirense fizesse aliás ia contra a corrente, num jogo em que se preocupou mais em defender do que em atacar. O que nos remete para o problema do Sporting neste jogo: as falhas defensivas. Impressionante como uma equipa que atacou e rematou tão pouco marcou dois golos.
Mas este Sporting já não se deixa abater por falhas defensivas. A equipa está numa onda crescente, acredita e esta noite acreditou muito. Voltou para a frente, insistiu no ataque e provavelmente lembrou-se de Braga: era um excelente tónico. Dier e Viola ameaçaram então o terceiro golo.
Esse haveria de chegar no último minuto dos descontos, num desvio de Viola à boca da baliza, já depois de Jesualdo ter mexido no onze até ficar sem laterais e colocar seis homens ofensivos. O professor arriscou tudo e foi premiado pelo risco que assumiu com coragem. A vitória é justa.
Augusto Inácio, esse, cumpriu tudo o que tinha prometido: não foi nada amigo. Fechou-se atrás, colocou muitos homens na zona de finalização, não teve sequer vergonha em levar o autocarro para Alvalade. Não foi suficiente e o Sporting sai desta noite de sábado a um ponto do quinto lugar.
Ficha do Jogo
Data: | 06/04/2013 |
Estádio: | de Alvalade, em Lisboa |
Jornada: | 25ª jornada |
Árbitro: | Artur Soares Dias (Porto) |
Auxiliares: | Rui Licinio e Joao Silva |
4º árbitro: | Rui Rodrigues |
Golos do Sporting
Diego Capel – 39′ (penalty)
Van Wolfswinkel – 66′
Viola – 90′