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O clube de Alvalade, que se apresentou com uma equipa alternativa – tal como o Benfica, foi mais forte e mais sorridente que o eterno rival, num encontro em que a cabeça esteve em foco, não só devido à forma como os leões finalizaram os dois golos, como também pela falta de equilíbrio que o Benfica continua a mostrar em termos defensivos. O desnorte encarnado também ficou patente na expulsão de Sílvio.

A partida começou bem antes do apito inicial, com confrontos lamentáveis entre adeptos às portas do António Coimbra da Mota, palco do Estoril que é o cenário da prova no seu regresso, 20 anos depois da sua última edição.

Como era esperado, o Benfica não se apresentou na máxima força, sobretudo devido ao facto de defrontar aquela que é, para todos os efeitos, a equipa secundária do Sporting, visto que Leonardo Jardim e a sua comitiva estão no Canadá e jogam amanhã.

Assim, Jorge Jesus delineou um onze com Paulo Lopes na baliza, Sílvio, Jardel, Mitrovic e Melgarejo no quarteto defensivo, Roderick, André Gomes e Harramiz no meio e Ola John, Urreta e Rodrigo no ataque à baliza sportinguista.

Do outro lado, Luís Ribeiro foi o guardião titular, Mauro, Sambinha, Nuno Reis e Mica na retaguarda, Fokobo, Kikas e João Mário no centro do terreno e, na frente Jéffren de um lado, Esgaio do outro e Iuri Medeirosno centro.

A partida começou com mais Benfica, que cedo chegou à vantagem. Num lance confuso, a bola sai da esquerda para a direita, com Harramiz a atirar com êxito, ainda que Ola John estivesse solto para confirmar. O golo foi mesmo atribuído ao avançado português, que chegou à Luz esta época proveniente do União de Montemor.

O jogo era discutido a bom ritmo, com as duas equipas a mostrarem uma boa entrega, atendendo à fase embrionária da época, apesar de os primeiros 30 minutos não assinalarem mais oportunidades de golo, para além daquela que tinha sido concretizada. O Benfica, com mais experiência no onze, estava por cima do jogo mas o domínio não era avassalador, longe disso.

De novo as bolas paradas, a malapata de Jesus

Decorria o minuto 34 quando o Sporting favoreceu de um pontapé de canto pela esquerda. Nuno Reis, como central cabeceador que é, subiu à área contrária e, com um belo apontamento, ganha nas alturas à defensiva benfiquista e pontuou de cabeça para a rede.

A igualdade era o tónico para a recolha aos balneários, com o Sporting a sorrir com o resultado e mostrando que o encontro não seriam favas contadas para o Benfica.

Longe disso. Abel Ferreira lançou Betinho e depois Viola. Jesus tentou puxar pelas tropas e o apelo resultou, mas por pouco tempo.

É que, qual fotocópia, aos 52 minutos surge novo canto pela esquerda e, desta vez, foi Fokobo quem cabeceou de forma certeira.

Depois da diferença de golos, a diferença de atitude

Cambalhota no marcador e mortal para a águia, que acusou em demasia o golo. Notou-se ainda que existem feridas longe de estarem cicatrizadas e o Benfica demorou muito a reagir. Para cúmulo, Sílvio, que ia mostrando bons pormenores, teve uma entrada descabida e recebeu aquilo que havia sido perdoado a Roderick minutos antes: cartão vermelho.

O lateral, que está emprestado pelo Atlético de Madrid, falha assim a primeira jornada do campeonato, na deslocação ao Marítimo.

Do outro lado do campo, estava um Sporting sereno, com vontade, com entrega e com uma característica que destoava mais que qualquer outra em relação ao rival. É que se notava alegria no trato da bola e entusiasmo a cada toque, uma característica já vista na época passada na equipa secundária (não, na equipa principal não era costume).

O Benfica foi, aos poucos, e com dez, tentando aproximar-se da baliza de Luís Ribeiro, mas Urreta e Rodrigo não foram certeiros, num jogo em que importava a ambos mostrar serviço.

O final do encontro aproximava-se e a festa era verde e branca, num estádio que, mesmo com um bom figurino, se desejava mais composto.

É certo que se trata de um jogo de preparação, é claro que a competição é menor, mas existem muitos problemas para Jorge Jesus resolver, num cenário de pressão acrescida, depois da sua renovação após a desilusão da época passada. Noutro prisma, este pode ser um importante galvanizador para a equipa leonina e, até, para Bruno de Carvalho.

O Sporting é o segundo finalista da Taça de Honra da AF Lisboa, podendo chegar, frente ao Estoril, ao 30º troféu da prova.

Fonte: ZeroZero