Ao longo das quase quatro horas de discussão entre os mais de 40 elementos do Conselho Leonino presentes, Godinho Lopes não desmentiu, de uma maneira formal, os números recentemente apresentados pelo ex-candidato presidencial Pedro Baltazar, que falou de um deficit acumulado de 120 milhões de euros. O presidente do conselho diretivo preferiu seguir um discurso apontando “o caminho a seguir, de forte ajustamento financeiro”, que se traduz na referida redução do orçamento anual para a equipa principal de futebol.
Investidores e SAD
Este anúncio de Godinho Lopes não foi suficiente para calar as vozes mais críticas no Conselho Leonino que insistiram, por exemplo, na “necessidade de explicar aos sócios os prós e contras do clube manter ou não a maioria no capital da SAD”, segundo apurou Record junto de várias fontes.
No entender dos críticos, esta indefinição poderá estar a condicionar a entrada de investidores estrangeiros. Godinho Lopes voltou a dizer estar em “negociações avançadas” com quatro potenciais investidores mas disse ser ainda “demasiado cedo” para revelar os seus nomes.
Os conselheiros entenderam, por outro lado, ser necessário “unir forças em torno da equipa” nesta fase negativa, mas prometendo “pedir responsabilidades” a Godinho Lopes no “momento certo”.
Zeferino Boal recusa pedir desculpas
Um dos momentos de maior tensão no Conselho Leonino aconteceu já na parte final da intervenção de Zeferino Boal. Godinho Lopes ameaçou o ex-candidato com o recurso para os tribunais se continuasse a insistir em alguns dos temas. Ao jornal Record, Boal remeteu para o discurso proferido e publicado no seu blog, garantindo não sentir necessidade de “pedir desculpas”. A passagem que mais irritou Godinho Lopes acaba por ser uma acusação de nepotismo: “É impossível ter confiança com tantos casos por explicar. Mordomias, carros de alta cilindrada e contratação de familiares de membros de órgãos sociais.”
Temas quentes da reunião
– A continuidade do atual conselho diretivo foi defendida com unhas e dentes por Godinho Lopes que considera estar perfeitamente legitimado para levar o seu mandato até ao fim. Eduardo Barroso, muitas vezes crítico da direção, disse que também ele não se demitirá e irá cumprir o mandato para que foi eleito.
– O presente e o futuro do futebol profissional ocupou boa parte do debate. Godinho Lopes anunciou uma redução de um terço no orçamento da equipa para a época 2013/14, mas vários conselheiros quiseram saber como estão as negociações com potenciais investidores.
– A criação de uma comissão para estudar soluções para o futuro do clube foi reprovada. A moção de confiança teve sete votos contra: José Eduardo, João Barnabé, Zeferino Boal, Vera Jardim, Pedro Faleiro, Nuno Manaia e Luís Pires sendo aprovada por larga maioria.
– Conselheiros temem que os maus resultados do futebol possam afastar de vez potenciais investidores estrangeiros. Para os opositores de Godinho Lopes, os sócios devem saber os prós e contras do clube manter ou não a maioria no capital da SAD. O debate só ultrapassou os limites quando Godinho Lopes ameaçou Zeferino Boal com um processo em tribunal.
Este conselho leonino só existe para lançar noticias cá para fora. Dá para todos comerem. Ainda não percebi a importância dele.
Concordo Bruno, aliás penso que a partir do momento em que foi constituída a SAD, o Conselho Leonino deixou de ter influência decisiva no clube.
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